SAÚDE E FAMÍLIA

Adolescência primeiro, gravidez depois

Fernando de Castro · 3 de Fevereiro de 2020 às 20:51 ·
Ministérios da Saúde e dos Direitos Humanos lançam campanha de prevenção à gravidez na adolescência

O Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Família, Mulher e Direitos humanos anunciou na tarde desta segunda-feira (03) uma campanha para prevenir a gravidez na adolescência. Intitulado “Tudo tem seu tempo: Adolescência primeiro, gravidez depois”, a ação tem como objetivo ressaltar as consequências negativas da gestação não-intencional na adolescência.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui atualmente uma taxa de 68,4 nascimentos para cada mil adolescentes e jovens mulheres entre 15 e 19 anos. O número é considerado alto em comparação com a taxa mundial de 46 nascimentos e acima da média latino-americana de 65,5 nascimentos. 

O evento contou com a presença da ministra Damares Alves, titular da pasta dos Direitos Humanos e do ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Durante a exposição, Damares expressou sua preocupação com o uso excessivo de métodos contraceptivos na adolescência com potencial de prejudicar as mulheres no futuro.

“Por mais que o serviço de saúde oriente com sabedoria lá na ponta, nós estamos vendo meninas fazendo uso excessivo da pílula do dia seguinte. Aí pergunto, daqui a 20 anos, quantas mulheres podemos ter no Brasil com câncer de mama e outras consequências que ainda não conhecemos por conta desse uso exagerado?”, indagou a ministra.

Mandetta criticou o sensacionalismo da imprensa ao relembrar que a campanha, antes mesmo de ser lançada, foi alvo de piadas ao sugerir que teria como intuito promover a “abstinência sexual”. 

“Tirando alguns poucos veículos que tem jornalistas setoriais que cobrem a parte da saúde, muita gente embarca na coisa minimalista de dizer ‘ah, agora a política é abstinência’. A política é ampla. O Ministério da Saúde se preocupa com a menina que está lá na comunidade, no baile funk, que muitas vezes ela tem que fazer um código de comportamento lá dentro, se não ela não é aceita. Então ela sofre uma pressão absurda (para se relacionar sexualmente)”, afirmou o ministro.

 

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