INTERNACIONAL

EUA impõem novas sanções a empresas, incluindo chinesas, acusadas de auxiliar a Rússia na Guerra da Ucrânia

Brás Oscar · 2 de Maio de 2024 às 16:44 ·

O Departamento do Tesouro dos EUA já aplicou sanções a mais de 80 empresas acusadas de ajudar a Rússia a contornar as sanções. Antony Blinken anunciou as medidas durante visita oficial à China

Nesta quarta-feira (1°) o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos emitiu uma nota declarando que cerca de 300 empresas que poderão ser alvos sanções facilitaram a aquisição, pela Rússia, de tecnologia e equipamentos cruciais para a invasão à Ucrânia.

O comunicado acrescentou que "as ações de hoje visam interromper e minar ainda mais os esforços beligerantes da Rússia, mirando sua base industrial militar e as redes de evasão que a sustentam”.

Como parte dessas medidas, os EUA identificaram várias empresas chinesas envolvidas na produção e exportação de “itens vitais para o setor de defesa aérea da Rússia”.

O Departamento do Tesouro dos EUA já aplicou sanções a mais de 80 empresas acusadas de ajudar a Rússia a contornar as sanções ou de apoiar o programa de armas químicas e biológicas do país. Essas empresas estão localizadas na China, Azerbaijão, Bélgica, Turquia, Eslováquia e Emirados Árabes Unidos, de acordo com o comunicado.

Além disso, o novo pacote traz sanções contra três indivíduos que a Casa Branca acusa de estar relacionados à morte do opositor russo Alexei Navalny. Eles são funcionários das prisões IK-3 e IK-2 na cidade de Yarp, no Ártico, onde Navalny faleceu em circunstâncias obscuras, fazendo recair sobre Putin mais uma suspeita de “eliminar” opositores e desafetos.

Quem anunciou as medidas foi o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante visita oficial à China, onde ele instou Pequim a "não ajudar a Rússia", na tentativa de impedir o fornecimento de componentes que poderiam ser utilizados com fins de manutenção da guerra de Putin.

Desde o início da invasão à Ucrânia, a China – que nos bastidores age como o verdadeiro banqueiro do Kremlin – tem mantido um teatro ambíguo publicamente, ora pedindo respeito à "integridade territorial de todos os países", mas ao mesmo tempo afirmando que "preocupações legítimas de todos os países" devem ser levadas em conta, em referência à suposta preocupação da Rússia com relação à entrada na OTAN de países próximos às suas fronteiras, como a Suécia e Ucrânia.

As chances de as empresas chinesas voltarem a burlar as sanções americanas são imensas, quase tão grandes quando as chances da China aproveitar a situação para acusar os EUA de criarem tais medidas apenas para prejudicá-la comercialmente e, como resposta, ampliar mais ainda seu mercado com a Rússia.

 


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