Medida por medida: o novo papel de Sergio Moro
O ex-juiz e ex-ministro parece estar apaixonado pelo jogo político. E o resultado poderá ser desastroso
O ano era 2017, precisamente às 14h18min do dia 10 de maio. A imprensa alardeava como se fosse uma disputa pelo cinturão do peso médio do UFC a audiência que colocaria Sergio Moro frente a frente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A família brasileira estava ansiosa para ver o que seria, literalmente, uma disputa de titãs.
Mas entre a pipoca com guaraná para assistir ao embate e as hashtags a pleno vapor no Twitter, mobilização nos grandes grupos a favor da operação Lava Jato no Facebook e as inúmeras mensagens dos tios e tias do WhatsApp, algo não soava bem no mundo das leis, pelo menos do ponto de vista da repercussão dos fatos.
Sim, porque é evidente que um dos atores do episódio certamente não deveria estar ocupando um dos polos desta batalha: o juiz da Lava Jato.
Bom, a toda prova não apenas não seria usual, como não seria processualmente lícito o magistrado ser colocado como oponente da parte em questão.
Mas quem o colocou nessa posição? Ou melhor: o que alimenta essa narrativa?