BSM ENTREVISTA

Pais de menina assassinada em Cambé falam ao BSM; confira a entrevista completa

Rhuan C. Soletti · 3 de Julho de 2023 às 17:12 ·

"Quero fazer um pedido muito difícil para vocês. Peço que rezem pelo rapaz que tirou a vida da minha filha. Ela está na Glória de Deus. Eu não tenho ódio dele e também já o perdoei", disse Keller Alves, mãe de Karol Verri Alves 

Nesta segunda-feira (3), o cronista e editor chefe do BSM, Paulo Briguet, entrevistou Keller Verri Alves e Dilson Verri Alves, pais da menina Karoline Verri Alves, uma das vítimas do atentado no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé (PR). O namorado da adolescente, o jovem Luan Augusto, também morreu dias depois no hospital em decorrência dos ferimentos.

Na entrevista, os pais de Karol dão exemplo de fé e humildade, espalhando a história da doce menina e o exemplo de verdadeiro perdão.

"Se o diabo pensava em causar um mal irreversível com a morte de Karol Verri Alves e Luan Augusto, ele errou feio: perdemos dois jovens queridos na Terra para ganhar dois santos que agora intercedem por nós no Céu", diz a apresentação da entrevista que está disponível no Youtube do BSM.

Ao ser questionada sobre a origem do nome da filha, Keller Verri disse que, devido a complicações na gestação, valeu-se de sua devoção a São João Paulo II, que se chamava Karol Józef Wojtyła, para alcançar a graça de ver a filha nascer com saúde e resolveu homenagear o Santo Padre.

O Papa João Paulo II foi enterrado no dia 8 de abril de 2005, o mesmo ano em que Karol nasceu (7 de outubro, dia de Nossa Senhora do Rosário).

Reprodução / Karol Józef Wojtyła

Perdão

"Quero fazer um pedido muito difícil para vocês. Peço que rezem pelo rapaz que tirou a vida da minha filha. Ela está na Glória de Deus. Eu não tenho ódio dele e também já o perdoei. Deus quer a salvação de todos. Jesus Cristo veio para os doentes e não para os bons. Ele é doente", disse a mãe de Karol.

A entrevista também está aberto ao público e aba assista, do Novo BSM.

As vítimas

Ambos os jovens eram católicos, participavam ativamente da Paróquia Santo Antônio e buscavam se aprofundar no conhecimento da fé que viviam com muita intensidade. Segundo o padre da paróquia Padre Pedro Ramos, Karoline Alves atuava como coroinha e havia feito sua última confissão logo antes do ocorrido, após a qual Karol afirmou: "Estou preparada para o Reino dos Céus.".

O repórter do BSM, Luís Batistela, atestou em sua matéria:

"Se for verdade que Karol e Luan tiveram uma vida de profunda oração e comunhão com a Figura central que rege seus corações – isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo – então será propício que ambos cheguem aos Céus assim como o próprio Homem-Deus chegou.

Desta forma, cumpriram aquelas belíssimas palavras de Santa Catarina de Sena para todos que esperam a formidável 'fugaz apoteose'; o encontro final entre o Criador e a criatura:

— Não encontrarás repouso verdadeiro a não ser no Sangue..."

“Ao ter sua Páscoa, como A Florzinha do Carmelo, o seu nome foi conhecido”, descreve um amigo próximo da família.

No quarto episódio do programa Com o Perdão da Palavra, Briguet deixa sua homenagem ao jovem casal de namorados: A carta aos dois jovens no Céu:

 

A Páscoa dos Justos

Hoje, aprendi o que é maternidade, o que é paternidade e o que é pureza.

Vi um pai que guarda o seu choro para tarde da madrugada, para confortar sua família.

Vi uma mãe em luto, que no meio dos seus prantos só quer consolar os aflitos.

Vi ódio também; vi desgraça, vi aquele que seifa a vida. Vi, Inclusive, Aquele que dá a vida.

Hoje foi a Páscoa da pequena Karol, uma jovem e doce menina; comum aos olhos humanos.

Hoje eu vi uma menina comum ter o velório de uma santa.

Dezenas, centenas, talvez milhares de pessoas... todos para homenagear uma única jovem comum.

A pequena filha de Terezinha, de fato, viveu no esquecimento, sendo conhecida por pouco – e amada por menos ainda.

Mas, o que justifica tantas pessoas? Tanta honra? Tanta homenagem?

Ao ter sua Páscoa, como A Florzinha do Carmelo, o seu nome foi conhecido.

O motivo de tanto amor recebido? Sua vida. O motivo de tanta honra? Sua virtude. O motivo de tanto amor? Sua morte.

Que esta menina, outrora comum, cante nos coros das virgens, pois puro era seu coração.

Requiem aeternam dona eis, Domine,

et lux perpetua luceat eis.

Requiescant in pace.

— de um autor nem tão desconhecido.

 

Karoline Verri Alves era amiga da equipe BSM e aluna assídua das aulas de catequese dirigidas por Bernardo Pires Küster, diretor de opinião do BSM.

Karoline Verri Alves e Luan Augusto

 


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