Guerra de informação

Reino Unido expulsa adido de defesa russo por "atividades malignas"

Brás Oscar · 10 de Maio de 2024 às 19:07 ·

Reino Unido expulsaoficial russo e impõe sanções por atividades de espionagem e sabotagem, intensificando apoio à Ucrânia e gerando tensões com Moscou.

O governo do Reino Unido anunciou na última quarta-feira (09) medidas severas contra a Rússia, declarando a expulsão do adido de defesa russo e a revogação do status diplomático de propriedades suspeitas de serem usadas para espionagem.

Segundo o ministro do Interior britânico, James Cleverly, o adido russo usa o cargo como fachada para encobrir sua função real, que é de “oficial de inteligência militar não declarado” do regime de Vladimir Putin, e que tal ação reflete um padrão de “atividade maligna russa” tanto no Reino Unido quanto na Europa.

O cargo de adido de defesa é designado a oficiais militares que servem como representantes diplomáticos em uma embaixada ou consulado e ficam encarregados de lidar com assuntos relacionados à defesa e segurança entre seu país de origem e o país anfitrião. Um adido deveria facilitar a cooperação militar – no caso, entra a Rússia e o Reino Unido – e colaborar com informações sobre políticas de defesa internacional.

Com a clara posição de apoio da Reino Unido à Ucrânia, é mais que evidente que os britânicos passam também a serem vistos como um alvo pelo Kremlin.

O ministro britânico afirma que o espião, em conjunto com outras instalações privadas russas no Reino Unido, trabalhava em planos espionagem, ciberataque e sabotagem contra a ajuda militar à Ucrânia.

Além da expulsão do adido, foram impostas sanções a empresas privadas e indivíduos russos.
O ministro James Cleverly afirmou em seu discurso no parlamento que tal é uma "mensagem clara à Rússia” instando Moscou a “parar a guerra ilegal, retirar suas tropas da Ucrânia e encerrar estas atividades maléficas". 

Essa decisão ocorre em meio às preocupações da OTAN com os ciberataques atribuídos à Rússia, que já impactaram os EUA e diversos países europeus e reforça a posição do governo de Rishi Sunak em apoiar a Ucrânia.

Já Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, em uma publicação no canal oficial do Telegram do Ministério das Relações Exteriores, condenou a ação dos britânicos afirmando que "Londres decidiu servir-se de uma clara mentira para justificar medidas anti-russas". E completou em tom de ameaça que "a nossa resposta será firme e adequada", por sem dar mais pormenores.

Brás Oscar é escritor, jornalista e apresentador do BSM. Autor do livro O Mínimo sobre a Queda da Europa.
 

 


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