Vaquinha será usada contra Bolsonaro na CPMI do 8 de janeiro
Ainda não se sabe qual alegação será criada, já que os dados apurados pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) não apresentam qualquer evidência de crime
Depois que o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), teve dados bancários sigilosos vazados pela imprensa militante, membros da CPMI do 8 de janeiro pretendem usar a informação contra o ex-mandatário. Ainda não se sabe qual alegação será criada, já que os dados apurados pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) não apresentam qualquer evidência de crime.
De acordo com o Coaf, Bolsonaro recebeu cerca de R$ 17 milhões em transferência via PIX no primeiro semestre deste ano. O valor é resultado de doações de apoiadores para ajudar o ex-presidente a pagar multas impostas pelo judiciário. Entre as condenações estão multa por não usar máscara e por ser “intolerante com profissionais da imprensa”.
Ainda não se sabe como se deu o vazamento das informações sigilosas do Coaf, mas os advogados do ex-presidente suspeitam que o material pode ter sido divulgado depois de ser levado para a sala-cofre do Congresso, onde estão arquivados os documentos da CPMI.
“São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa. Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas. Quem vazou será criminalizado”, disse Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro.
São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) July 27, 2023
Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas.
Quem vazou será…
“Quebraram o sigilo bancário do Bolsonaro só pra saber quanto ele recebeu de pix e divulgar na imprensa, sem que houvesse qualquer suspeita de crime. Isso é o cúmulo. Ele ainda é um cidadão brasileiro com seus direitos”, disse o vereador Fernando Holiday, pelo Twitter.
Vaquinha
No mês passado, Bolsonaro informou ter recebido doações suficientes para pagar suas condenações processuais. Na época, ele disse que iria revelar o valor do montante. Segundo o ex-presidente, foram transferências entre R$ 2 e R$ 22. “A massa contribuiu [...] foi voluntário”, destacou.
De acordo com os dados vazados, o ex-presidente recebeu 769 mil transações ao longo do primeiro semestre. O total recebido foi quase o suficiente para quitar todas as condenações impostas pelo judiciário, algo em torno de R$ 18,4 milhões.
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