Violoncelista brasileiro Antonio Meneses morre aos 66 anos na Suíça
Músico pernambucano foi reconhecido como um dos maiores instrumentistas de sua geração
A música de concerto está em luto. O violoncelista brasileiro Antonio Meneses morreu aos 66 anos na manhã deste sábado (3), na Basileia (Suíça), onde morava com família. Meneses estava em tratamento de câncer.
Nascido em 1957, no Recife, Antonio Meneses construiu uma carreira brilhante, sendo reconhecido como um dos maiores instrumentistas de sua geração. Começou a estudar violoncelo ainda criança, aos 10 anos, sob a orientação de seu pai, um clarinetista amador, e do professor Henrique de Curcio. Seu talento precoce logo chamou a atenção, levando-o a se mudar para o Rio de Janeiro e, posteriormente, para a Europa, onde aperfeiçoou sua técnica com mestres como Antonio Janigro.
A carreira de Meneses deslanchou aos 16 anos, quando ganhou o primeiro prêmio no Concurso Internacional de Munique. Três anos depois, em 1977, ele conquistou o Concurso Tchaikovsky, em Moscou, o que solidificou sua posição como um dos grandes nomes do violoncelo. Sua interpretação emotiva e técnica impecável cativaram plateias ao redor do mundo.
Além de uma carreira solo de sucesso, Antonio Meneses foi membro do prestigiado Quarteto Beaux Arts de 1998 a 2008, período em que realizou inúmeras gravações e turnês internacionais. Sua discografia inclui gravações aclamadas de obras de Bach, Brahms, Schumann e Villa-Lobos, entre outros. Meneses também se dedicava ao ensino, compartilhando seu conhecimento e paixão pelo violoncelo com novas gerações de músicos em instituições como a Escola Superior de Música de Berna, na Suíça.
O legado de Antonio Meneses vai além de suas gravações e performances. Ele foi um defensor incansável da música clássica brasileira, promovendo compositores nacionais e ajudando a levar a música erudita a um público mais amplo. Sua dedicação à arte e seu compromisso com a excelência fizeram dele um verdadeiro embaixador da cultura brasileira no exterior.
A notícia de sua morte pegou a comunidade musical de surpresa e gerou uma onda de comoção. Diversos músicos, maestros e instituições culturais expressaram seu pesar e homenagearam a memória do violoncelista. “Antonio Meneses não era apenas um grande músico, mas também uma pessoa generosa e inspiradora. Sua perda é imensurável”, declarou o maestro John Neschling.
No Recife, sua cidade natal, autoridades locais já começaram a organizar homenagens para celebrar a vida e obra de Meneses. Está prevista uma série de concertos em sua memória, com a participação de músicos e orquestras de todo o Brasil. O governo estadual anunciou a criação de um festival anual de música erudita que levará o nome do violoncelista, garantindo que seu legado continue a inspirar futuras gerações.
Antonio Meneses deixa esposa e dois filhos. Seu funeral será realizado em uma cerimônia restrita à família e amigos próximos.
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